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"Seguindo nossos sonhos, não as regras!"

domingo, 3 de junho de 2012

Ironman 70.3 Florida

Ironman 70.3 Florida 2012

Finalmente tinha chegado o grande dia, 20 de maio de 2012!!! Esperei por essa data durante 5 meses, vinha me preparando já há 9 meses, ou seja, estava na hora do filho nascer. 

Me lembro perfeitamente da hora exata em que fiz a inscrição do que seria minha primeira prova de longa distância de triathlon.  Foi no dia 09 de dezembro de 2011, as 23:30h no quarto do hotel em Santos/SP.  Tinha ido para o Troféu Brasil (que seria minha primeira prova) e não pude competir devido aquela lesão muscular lembram?  Estava acompanhando diariamente o site da prova em Orlando e quando as inscrições foram abertas já estava lá, teclando e fazendo a nossa inscrição, minha e de Henrique.  Karla e Eduardo não puderam ir dessa vez.

De março para cá, participamaos de várias competições: Campeonato Pernambuncano de Sprint, Pan Americano de Olímpico, Duathlon UFPE, Campeonato Brasileiro de Olímpico, Alagoano de Sprint...ufa!!! foram quase todos os finais de semana entre março e abril.  Todas essas  provas ajudaram a ganhar mais experiência, vivenciar o triathlon em lugares diferentes, com pessoas de outras partes do Brasil e de fora, e me deixar mais "calejada" para o Iron 70.3 (calejada em TODOS os sentidos...kkkk).

Duas semanas antes de viajar, no dia 06 de maio, eu participei do Aquathlon em Olinda mas não completei a prova.  Abondonei depois ter completado a primeira volta no mar.  Havia corrido os 2,5km da primeira corrida em 10 minutos, tempo muito bom e quando entrei na água senti minha fíbula doendo.  Imediatamente pensei: " Jogar meu Iron no lixo por causa de uma prova que não era meu objetivo principal? jamais! "  Aprendi a lição do ano passado e para não piorar o que já não estava 100% parei ali mesmo.

Duas semanas de molho sem correr e fomos rumo à Florida. 

Viajamos juntos:  Eu, Henrique e Jairo (companheiro de loooongas datas...da época que eu ainda não tinha manchas na cara, como ele mesmo adora lembrar..kkkk). No dias que antecederam a prova nós só respirávamos triathlon, só fomos praticamente a lojas de bikes e assessórios.  A comilança para estocar o glicogênio estava à mil!!!

Encontramos um lugar bem bacana pertíssimo do hotel para pedalar, dar um giro e desestressar.  Fizemos isso quinta e sexta (que era para ser corridinha leve) . 

Nosso carro com 3 bikes nos 2 primeiros dias.

Na sexta à noite encontramos Fast Zina, ou Zinaldo quando ele quer ser mais discreto, e Átila, o mais novo triatleta de Pernambuco.

Sábado, fizemos os últimos ajustes, os kits já estavam conosco desde a sexta e final da tarde fomos fazer o check in das bikes e deixá-las na transição.  Pensem numa pessoa chata??? Isso, essa mesma que vos escreve.  Todos sabem que fico bem ansiosa antes de provas e super concentrada, gosto de fazer tudo certinho, horários, alimentação, descanso...mas em viagem, e ainda mais rodeada só de homens, não foi bem assim.  Na véspera da prova fomos almoçar as 16h!!!! Eu resolvi ficar muda no carro, prometi não dar mais uma palavra senão acho que ia ser jogada para fora de tanto reclamar.

Henrique, Jairo e Eu...muita massa..e finalmente o sorriso!

Dormimos bem, tranquilos e tudo dentro do horário de partida.  Zinaldo resolveu, para nossa surpresa, que iria fazer a prova toda mesmo com o joelho podre e Átila também caiu da cama para registrar todos os flashes, tentar se aproximar da lenda Lance Amstrong e começar a respirar mais o esporte.

Fast Zina, Jairo, Rosinha e Henrique saindo para a batalha

Números marcados, tudo arrumado, hora de assisitir os profissionais largarem.  Quer dizer, nem todos assistiram...Henrique foi o primeiro a ter dor de barriga!  Incrível, ele nunca fica nervoso em provas, mas para tudo tem a primeira vez.  Uma prova com mais de 2.000 pessoas realmente intimida.

Henrique se despedindo da bike.

Jairo estava com a largada programada para as 7h, seria o primeiro de nós quatro.  Henrique era as 7:30h , eu as 7:35 e Zina 7:45. 

É Pernambuco, é Brasil!!!

Tiramos fotos, conversávamos, e o meu queixo não parava de bater.  Meu corpo inteiro tremia muito.  Disse bem assim:  "incrível como o frio da madrugada entrou em mim e não sai mais, estou congelando!".  Zinaldo disse:  "Né por nada não Rosinha, mas já tá quente faz tempo, esse negócio é outra coisa".

Só sei que me deu uma dor de barriga e fui direito para fila do banheiro (do parque, não os químicos). Quando estou saindo, em tese com 15 min de espera para minha largada, vejo todas as mulheres da minha categoria, as de touca laranja, dentro d'água!!!

Desespero total!!!! O locutor falava "40 seconds to go".  Parti disparada, ligando GPS, colocando óculos e mergulhei para nadar para o local da largada e já ouvindo..."10 seconds to go".  Quando cheguei na posição e me levantei no banco de areia foi exatamente na hora do apito...nem mais, nem menos 1 segundo sequer.

Já que a descarga de adrenalina já tinha sido feita, nadei super tranquila, sem nenhum desconforto, enfrentei muuuuuiiito congenstionamento de várias outras categorias num percuso em forma de M do Ironman nada fácil.  Foi massa, nadei em 39 minutos.

Hora da bike, o meu momento mais gostoso.  Henrique passou por mim (largou 5 min depois), quando eu estava com 30km rodados e eu gritei: "to me divertindo demais!!!!!".  Fiz a primeira metade, em 1h20' e a segunda 1h36' pois foi quando enfrentamos os ventos de frente e as subidas.  Mesmo assim eu gostei do resultado de 2h56' nos 90km.

having fun!


Deixei a bike e fiz calmamente (em 3 minutos) minha T2 para a corrida, estirei a lingua para Átila que filmava tudo e sai já preocupada, pois o tornozelo esquerdo já doía.

O percurso da corrida foram 3 voltas de 7km, totalizando a meia maratona em que após os primeiros 500 metros nós dávamos de cara com um "Morro da Conceição", "Alto do Mandú", sei lá, uma subidona dessas para enfrentar.  Muita gente quebrando logo nesse comicinho mesmo.

Me senti bem e não andei.  Corri a primeira volta inteira dentro do planejado, em 40' para não forçar tanto minha fibula já lesionada e tentar fazer a corrida em 2 horas.  Entrei para a segunda volta e não estava gostando do que estava sentindo....a dor estava aumentando e de forma rápida. 



De repente, achei que tivesse entrado uma pedrinha, daquelas pequenas e pontudas, no meu pé direito (o lado bom).  Começou a incomodar e eu pensei: " vou focar na dorzinha da pedra chata, pois é mais suportável que a do osso, e assim eu consigo lidar com o problema".  Consegui lidar com isso por mais 7 km, mas quando entrei a terceira volta o osso parecia que ia partir, a dor ficou insuportável e eu tive que andar, e alternar com uns passinhos de Saci Pererê.  Terminei última volta com 13 minutos a mais que as outras e concluí a corrida em 2h13'.

Sim.....sabem aquela pedrinha incômoda e que por algum tempo me ajudou a mudar o foco??? Não era pedrinha não, era um calo de sangue enooooorrrrme.  Preparem-se para cenas fortes abaixo:

Coisinha linda...me senti com 6 dedos no pé.

Enfim, eu já sabia que ia ter problemas mas estava bem em outros aspectos e sabia, tinha certeza que ia fazer a prova toda, só não sabia o quanto da corrida iria aguentar. Sou guerreira viu? Fiquei orgulhosa de mim mesma, sem modéstia.

Conclui meu primeiro Iron 70.3 em 5h55' (15' a mais do que poderia ser, do jeito que estavam indo as coisas), mas adorei, melhor AMEI!!! curti cada momento...o dos estresses pré-prova, o da largada quase perdida, da natação num lago que parecia uma pântano, da bike alucinante, da corrida sofrida, porém conquistada.



No dia seguinte, passei o dia e a tarde de molho no hospital para mobilizar a perna e ser medicada, eu precisava de remédio com prescrição para dor.  Sim...muletas claro!!

Novo modelito

Não pensem que sou doida, ou até inconsequente.  Fiz a prova com total consciência que iria piorar bem depois.  Eu escolhi isso.  Quem esteve comigo nos momentos de treino, sabe que não forcei algo que não devia, não fiz nada arriscado, fiz tudo com a devida cautela, mas...por uma estrura óssea, corporal, sei lá,  eu me lesionei.  Agora, estou vamos pesquisar o motivo disso...foi bem diferente de novembro passado lembram? e eu disse que aprendi a lição.

Bem, as muletas não atrapalharam o resto da viagem e das férias.  Deixei as bichinhas lá encostadas depois de 2 dias e resolvi assumir que estava manca.  Achei mais fácil carregar as sacolas de compras assim!!! kkkkkk.

Depois de 5 dias, véspera da nossa partida, já consegui fazer um passeio/treino bem legal com o marido, e só por isso já me senti melhor, já me senti mais "eu" de novo (não gosto de tanto tempo de descanso).

Depois de pedalar por lugares incríveis

Agora, estou nadando (ainda não bato bem a perna lesionada), estou pedalando mais empolgada que nunca e vou esperar para voltar para correr.  Ficarei 100% para as próximas provas que nos esperam.

Esse ano tem a mais importante de todas:  O Mundial da Nova Zelândia representando o Brasil.  Nessa contaremos com a presença de vários outros amigos TRI de Pernambuco e da minha amiga e fiel companheira Karla Miranda.

Ano que vem tem mais longa distância e após várias provas dessas, um dia ainda farei um Ironman, mas isso ainda requer mais experiência, amadurecimento como atleta.  Quero me divertir do jeito que me diverti na Florida e olha que nem fomos para os parques da Disney!!!



4 comentários:

  1. Amiga, tenho certeza que a diversão fez parte desa prova. Se cuide para as próximas que virão logo mais. Bjs.

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  2. Rosinha vc poderia escrever livros de suspense, kkkkkkk...
    Parabens minha querida, vc e Karla são exemplo de profissionalista e determinação e é claro de simpatia e blz no Triathlon Pernambucano. Sinto muito orgulho em fazer parte desse grupo, boa recuparação e agora é só treinar para Noronha, bjs boa semana!!!!

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  3. Sensacional o relato, aliás, marca característica da dupla.
    Meus parabéns.
    Francisco Moreira (Chiquinho)

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  4. Eusabia que vc consegueria, embora continue te achando doida! parabéns Rosiha!!! Teresa

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